sábado, 28 de dezembro de 2013

RASTRO DE COBRA



Por Clerisvaldo B. Chagas, 27 de dezembro de 2013. - Crônica Nº 1113

Desde quando eu era menino que acompanho essa péssima novela, muito pior do que as piores da televisão: o anúncio da cobertura asfáltica do Entroncamento Carié, sertão de Alagoas, à cidade de Inajá, Pernambuco. O nome Carié marcava apenas um lugar deserto, perto da entrada de uma bonita casa de fazenda e nada mais. Como forma uma encruzilhada, em sentido norte-sul liga Garanhuns (Pernambuco) a Paulo Afonso (Bahia) e, em sentido leste-oeste liga Santana do Ipanema (Alagoas) a Inajá (Pernambuco) para dizer apenas das cidades mais perto do entroncamento. Acontece que o trecho Carié-Inajá foi tema dos melhores novelistas da política alagoana. Muitos votos daquela região ajudaram à gravata italiana de muitos demagogos. Uma casinha é erguida no Carié, mais outra casinha, um bar, uma churrascaria, hotel, borracharia e outras casitas mais vão se chegando à beira da estrada, formando hoje o povoado conhecido. 

 Rodovia Carié-Inajá

Do Carié a Inajá, a estrada de barro continua ao sabor dos tratores dos grandes, quando resolvem mostrar serviço. E os produtores rurais vão ficando cada vez mais acuados com as condições de poeira e lama por onde transitam suas mercadorias. Da região sai o feijão, milho, melancia, leite, queijo, rapadura, frutas, carnes e diversos outros produtos que ajudam no abastecimento do estado. Ultimamente os assaltos na BR-316 pelada e nos bancos do Alto Sertão, soam como imensas gargalhadas ao pé do ouvido do poder público. 

O senador Fernando Color de Melo anuncia um benefício grandioso, se realizado. Mesmo que a licitação saia hoje no Diário da União, ela demora. Depois vem a verba e as chateações dos cortes em nova etapa do faz não faz. Muito bem, pensemos nas coisas boas, num sonho rodoviário de Maceió a Inajá em uma marcha só. Mas por que o senador não asfaltou o trecho de apenas 49 quilômetros quando era presidente e casado com uma filha da região em tela? Sim, é verdade, antes tarde do que nunca, mas tudo isso ainda é uma questão de crença. 

O matuto cruza aquela estrada todos os dias. Ainda vê raposa, gavião, teiú, jumento, furão e jaburu, mas um tiquinho só do asfalto peleja e não encontra. Esse bicho raro é generoso em outros lugares, mas na estrada Carié-Inajá, faz bunda de ema e RASTRO DE COBRA.


Autobiografia
CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA 
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA 

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.  
 
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

 
 
Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia). 
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia) 
 
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário: