segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

IPANEMA EM PRETO E BRANCO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 23 de dezembro de 2013 - Crônica Nº 1110


Ontem vivi dois momentos diferentes, um às luzes da manhã outro na parte vespertina. Levado sobre uma pesquisa no Bairro Lajeiro Grande voltei espiando o muro do Ipanema Atlético, time da cidade. As marcas de propaganda de várias casas comerciais, vão virando pinturas de museu, relembrando os bons tempos do Canarinho do Sertão. Portão escancarado, convite aos passantes que têm e não têm o que fazer. Entrei desconfiado como herege na igreja e pude notar o verdume da grama, das árvores, da serra Aguda como pano de fundo. Estavam ali os blocos de cimento a guisa de arquibancada, o aramado retorcido, os nomes gigantes nas cabinas de rádio. 

Estádio Arnon de Melo (autor).
 
Dois times de brincantes maltratavam a bola no estádio vazio melancólico. O tempo abafado fazia colar às costas à camisa sob o céu azul rajado de branco. Onde anda o Ipanema que não canta mais sequer na segunda divisão? Mais uma vez o “canarinho” mergulha na tristeza de uma solidão inglória. Fogem os empresários, dão às costas os políticos, capengam os salvadores. E o altivo timão de outrora vai batendo com a bengala nos obstáculos da vida. Na descida ao fundo do poço todo santo ajuda. No espocar de foguetes é que são elas.

Foto Agência Brasil



No contraste tristonho matutino, explode alegria no Mané Garricha entre a tarde e a noite venturosa. As cores se misturam no estádio e Marta vai comandando um espetáculo costumeiro e delirante. É o torneio internacional que faz a vibração do público para Chile, Brasil, Escócia e Canadá. A seleção brasileira feminina disputa com a chilena o título do torneio e consegue um 5 x 0. Mais uma vez campeã, exulta a seleção, festeja o povo brasileiro.

Mas, aqui na minha terra, aqui na Rainha do Sertão, aqui onde o canário trilava altaneiro, foi tomado pelas cinzas. As mesmas cores que marcavam o orgulho nacional no Estádio Mané Garrincha, desbotaram com tantos obstáculos no alto da Camoxinga, da Santa Sofia, do Lajeiro Grande... De Santana do Ipanema. A cidade, sem entender direito, consternada com a ausência do seu time no campeonato, sem rever o verde e amarelo nos embates, desencanta e murcha com um IPANEMA EM PRETO E BRANCO.


Autobiografia
CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA 
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA 

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 

 Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL. 

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

 

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia). 

Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia) 


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