Por Salete
Rêgo Barros*
img: repordução
"A morte
é algo inevitável. Quando um homem fez tudo o que considera seu dever em
relação ao seu povo e ao seu país, ele pode descansar em paz. Eu acredito que
fiz esse esforço. E é por isso que eu vou dormir por toda a eternidade".
(Nelson
Mandela)
“Passei a vida
tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar”.
(Clarice
Lispector)
Assistimos,
recentemente, homenagens e despedidas transmitidas ao vivo, em memória do líder
sul-africano Nelson Mandela, falecido no dia 5 deste mês, aos 95 anos, e
comemorações da passagem do 93º aniversário de nascimento da escritora e
jornalista Clarice Lispector, em 10 de dezembro, e do 36º aniversário de sua
morte, aos 57 anos, em 9 de dezembro.
Oficialmente
mortos, Nelson e Clarice continuam mais vivos do que nunca. Ele dedicou a vida
à luta contra o preconceito racial e ela, à literatura, ambos imortalizados na
memória dos que sofreram a influência de seus pensamentos e ações, e nas
páginas da História.
Para a
ciência, a morte é o fim da vida física; para a religião, a separação entre o
físico e o não físico ou entre o corpo e a alma.
Permeada por
especulações de cunho científico e religioso, a existência humana permanece uma
incógnita. A cada dia, a ciência faz novas descobertas que, muitas vezes,
contradizem as anteriores, e a crença religiosa, baseada na fé, permanece
alimentada pelo conformismo, pela negação da finitude do ser humano e pela
carência protetora.
Decretemos,
pois, a morte da morte, baseados na objetividade dos fatos que estão ao nosso
alcance, pois podemos ser imortais, independentemente do decreto das
academias.
Decretemos a
morte das injustiças, do preconceito, da arrogância, da ganância, da corrução e
da ignorância; do deus permissivo; do deus que se revela, apenas, aos pretensos
escolhidos; do deus vingativo; do deus manipulador, enfim, do deus criado à
imagem da ignorância do ser humano.
11 de dezembro
de 2013
*Salete Rêgo
Barros é escritora e editora da Novoestilo Edições do Autor e produtora
cultural executiva da Cultura Nordestina Letras & Artes
saleterb@globo.com
http://www.domingocompoesia.com.br/2013/12/decreto-de-morte.html
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