quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

BRINQUE COM REPENTISTA!

Por Clerisvaldo B. Chagas, 4 de dezembro de 2013 - Crônica Nº 1098
(Foto - Anderson Barbosa - G1)



A foto acima que ilustra a situação de seca no Rio Grande do Norte, faz lembrar um objeto não muito comum chamado “galão”. Com uma lata d’água pendurada em cada extremidade de um pau, este é conduzido nos ombros pelo sofredor.  Mas a palavra “galão” tem vários significados, como por exemplo, galão de tinta, divisa dourada usada como distintivo militar e outros mais.

Por outro lado, o violeiro-repentista nordestino é valorizado pela criatividade em qualquer circunstância. Mostremos como primeiro exemplo uma cantoria que estava havendo numa fazenda. Era hora de arrecadar dinheiro e a cada nome assinalado pelos versos, vinha à pessoa para depositar num prato, ali no centro, uma significativa oferta monetária, após rasgado elogio do violeiro.  Eis que havia ali no meio daquele pessoal, um senhor pobrezinho, pobrezinho que tinha apenas no bolso uma nota de pequeno valor. A esse tipo de nota o nordestino chama de “piniqueira” ou "couro-de-rato. Joaquim, o pobrezinho, não quis, entretanto, ficar sem a sua colaboração diante do chamado do poeta. Ao colocar sua nota no prato, a criatividade do vate foi maior do que a sua misericórdia:

“Parece que seu Joaquim
Passou a noite no mato
Com uma faca amolada
Tirando couro de rato
Deixou o rato sem couro
Jogou o couro no prato”.

Pois bem, voltando ao caso do galão, dois poetas cantavam na feira, também pedindo dinheiro através das estrofes criativas, quando se aproximou um cabo e um tenente. Um dos vates iniciou a sextilha dizendo que iria promover o tenente a capitão, mas logo a estrofe tomou um rumo novo. Disse o repentista:

“Eu agora vou botar
 Um galão nesse tenente...”

Mas o tenente não gostava de pagar a cantador, puxou o cabo e disse: “Vamos embora, deixe esse corno pra lá”. O poeta conseguiu ouvir e terminou a estrofe dizendo:

“...Mas o galão que eu falo
É um galão diferente
É um pau com duas latas
Uma atrás outra na frente”.

BRINQUE COM REPENTISTA!


CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.

Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).



Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/12/brinque-com-repentista.html
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http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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