Por Francisco de Paula Melo Aguiar
"A
gratidão da maioria dos homens não passa de um desejo secreto de receber
maiores favores."
François de La Rochefoucauld
François de La Rochefoucauld
O termo
amizade vem do latim “amicitia”, que significa dedicação, benevolência,
sentimento de quem é amigo e que tem como característica fundamental escolha
e/ou eleição de fidelidade. É importante mencionar de que isso é representado
pelo sentimento de escolha, que distingue direta e indiretamente uma pessoa
entre as demais, assim sendo, a ela dedicando atenção, ouvindo-a e tendo interesses
especiais. Jamais usando de oportunismo de quaisquer espécies. É um verdadeiro
sentimento de interesse a respeito do outro, para se puder visualizar e se
constituir uma verdadeira amizade duradoura, jamais passageira, tendo a
permanência como característica fundamental para se transformar e ou constituir
em fidelidade, respeito mutuo e consideração permanente entre amigos e amigas.
É salutar mencionar que a amizade é o resultado e ou fruto mais importante e ou
puro de nossa liberdade de pensar e de agir, pois não está vinculada a qualquer
pretexto, como o amor, sujeita a fatores de ordem sexuais, permanecendo em suas
relações de amizade apenas e somente apenas o caráter espiritual em si
falando. A amizade assim falando,significa que existe uma igualdade
de condições, pois, tem como base e ou pilar de sua existência, afinidades
profundas e múltiplas, de maneira que jamais sobreviverá em situações de grande
concorrência e ou disparidade de gostos dentro do meio social, religioso,
político partidário, filosófico, sociológico, etc. A verdadeira amizade está
ligada umbilicalmente a um comportamento lúcido, desinteressado, evitando assim
a lisonja, que de outra maneira, destruiria rapidamente a igualdade, caindo na
zona ou esteira do interesse e da utilização pessoal do outro em situações do
quero, posso e mando, transformando-o em verdadeiro objeto de uso e ponto
final, como por exemplo, a que se deu origem à linha de pesquisas moralistas
céticas, de François de La Rochefoucauld¹ (1613-1680) a Sartre² (1905-1980).
É um fato de que na amizade existe sempre uma harmonia e ou solidariedade recíproca entre os amigos, que uma vez perdida e ou destruída não se pode ser substituída, tendo em vista que tal harmonia é baseada na escolha e ou na eleição mútua, de modo que não pode jamais ser explicada nem pelos próprios amigos e ou caminhantes dos mesmos ideais, uma vez que não sabem quais as razões da ligação direta e ou indireta da afetiva existência entre ambos. A escolha de nossos amigos é tão espontânea, de modo que grande é a vontade de freqüentar e fazer freqüentar também os filhos dos amigos entre si naquele ambiente social, intelectual e saudável, tendo em vista o nível das pessoas que ali freqüentam, como por exemplo, isso pode ser: igreja, clube, praça, praia, etc.
Em lendo o artigo: “Amigos...”, de autor desconhecido, pela simples leitura, compreendemos de que “um dia a maioria de nós irá se separar”, de modo que “sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos e até dos momentos de lágrimas, de angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido”, e continuamos a leitura, pois, “sempre pensei que as amizades continuassem para sempre”, de modo que “hoje não tenho mais uma certeza disso!...”, levando em consideração de que “em breve, cada um vai pra seu lado, segue a sua vida e talvez continuemos a nos encontra quem sabe...”, e até porque com o surgimento das pesquisas acadêmicas e daí o surgimento das tecnologias da informação e da comunicação, “nos e-mails trocados, podemos nos telefonar e conversar algumas bobagens”, deixando o tempo nos levar, de modo que “ai os dias vão passar, meses..., anos...”, que a gente queira ou não, “até esse contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...”, vamos partir para outros lugares, inclusive na vista de todos os amigos novos e velhos, vamos desaparecer ao ingressarmos no túnel do tempo e nossa última morada: a sepultura, buraco que vive aberto a nos esperar, sempre foi assim e continuará sendo assim, desde a origem do mundo, porém, “um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas?”, fotografias de casamentos, desfiles cívicos, campanhas políticas, de jogos escolares, de formaturas, de passeios, de praias, de aniversários, dos pais, das mães, dos irmãos, dos tios, dos avós, dos sogros, dos cunhados, dos sobrinhos, dos netos, etc, então, “diremos... que eram nossos amigos. E isso vai doer tanto!, os olhos encheram de lágrimas que o tempo não volta mais, somente lembranças, pois, “foram meus amigos. Foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!”, momento de reflexão pessoal de lembrar “então é preciso cultivar a amizade dia a dia”.
Deveremos sempre pensar nisso, a vida sempre foi e continuará sendo isso! Jean-Paul Sarte tem razão, pois realmente “existimos em função do futuro”.
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/4596971
¹ http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ois_de_La_Rochefoucauld
² http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre
Enviado pelo o escritor Francisco de Paula Melo Aguiar
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