quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Saga de Euclides Pinto Martins e Seus Amigos - Parte I


Já perguntastes, alguma vez, qual foi o primeiro avião a cruzar o céu do Brasil vindo dos EUA? E  quem pilotava? Pois foi um cearense chamado EUCLIDES PINTO MARTINS. Na verdade, ele era o co-piloto, mas lhe foi cedida a honra de assumir a nave no espaço aéreo brasileiro por seu colega o piloto WALTER HILTON. A aeronave foi um hidroavião biplano cedido pela jornal  "The New York Word"!
A viagem começou em 4 de Setembro de 1922 e terminou a 8 de Fevereiro de 1923. 
  
Sua Vida

 Euclides  Pinto Martins  nasceu em Camocim, no Ceará, a 15 de abril de 1892. Entretanto, só foi batizado três meses depois, (28 de julho de 1892), na Igreja Matriz de  Macau, Rio Grande do Norte. O fato ocorreu porque seu pai, Antônio Pinto Martins, natural de Mossoró, naquele estado, foi convidado para representar a Companhia de Salinas Mossoró Assú, em Macau. Por isso, Pinto Martins foi batizado na Matriz de Macau e registrado no Cartório Civil daquela cidade.

 Sua mãe chamava-se Dona Maria Araújo do Carmo Martins e dedicou-lhe muito amor e carinho. Euclides era um menino  bem criado e de inteligência incomum. Aos cinco anos, (1897) já começava a estudar na escola pública local.

Três anos depois, (agosto de 1900),  seus pais se mudaram para Natal  e o jovem teve que continuar seus estudos primários no Colégio Americano, conhecido como Colégio das Capas Verdes.

Em 1903, já com 11 anos, se transferiu para o Colégio Atheneu Norte Rio Grandense  e, paralelamente, ingressou num curso noturno de náutica. Observem aí,  o seu gosto pelas viagens e aventuras.

Quatro anos mais tarde, (1907), embarcou no navio "Maranhão" saindo no ano  seguinte, para ser segundo piloto do navio "Pará". Infelizmente, um acidente de bordo interrompeu esta rápida carreira naval e, Euclides, com problemas na carótida, desembarcou em Natal sendo aconselhado pelos médicos a abandonar a carreira.

No início de 1909, seu pai mandou-o para os EUA com US$300,00 e uma recomendação para que uma empresa de amigos lhe repassasse uma certa quantia mensal para sua manutenção.   Euclides não perdera tempo, matriculou-se no "Drexell Institute" na Filadélfia onde,  três anos depois se formaria  em Engenharia Mecânica. (1911). Além de estudar, Pinto Martins trabalhava como estagiário na "Baldwin Locomotive", uma fábrica de vagões. Ali, o jovem  aprendeu a falar inglês rapidamente  e se inseriu na sociedade local, conquistou uma namorada e  se casou com a Srta. Gertrudes Mc Mullan.

Nosso herói regressou ao Brasil logo após a formatura, (1911) desembarcou  do navio "Booth Line", em Fortaleza. Convidado por seu pai, viajou para Natal, onde passou a trabalhar como engenheiro na "Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca" e na Estrada de Ferro.

Como seu pai era maçom, Euclides Pinto Martins acompanhou-o e ingressou na loja maçônica "21 de Março".

Em Natal - Rio Grande do Norte,  nasceu em 1914 sua primeira filha: Ceres, que viria a morrer, tragicamente, aos 31 anos de idade num acidente de avião em Porto Rico, com seu marido.

A vida de Euclides Pinto Martins foi marcada por constantes viagens e mudanças. No final da 1º Grande Guerra, (1917) ele se mudou para Recife onde viveu por 2 anos. Ali, ingressou na Loja "Segredo e Amor"  (Loja Maçônica). A maçonaria foi outro fato marcante na vida de Pinto Martins e isto será tema de um novo trabalho.

Em 1918, faleceu sua jovem mulher e Euclides, muito sentido,  retornou aos EUA. Apesar da dor da perda, acalentava no peito o desejo de uma grande aventura entre o Brasil e EUA.

Procurou parcerias e acabou se associando a  Ladislau do Rego, que juntos, compraram um navio com  a idéia de criar, no Brasil, uma companhia de navegação de cabotagem. Lamentavelmente, o negócio não deu certo, pois o navio afundou... 

Euclides permaneceu na América, enquanto seu sócio neste negócio fracassado, voltou ao Brasil terminando assim, sua primeira tentativa de fazer algo grandioso.

Euclides não esmoreceu, casou-se novamente com uma americana Adelaide Sulivan. Adelaide era advogada e doze anos mais velha que seu marido, tendo lhe dado em 1920, uma filha: Adelaide Lillian.

CONTINUA...

Enviado pelo pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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