Por: Clerisvaldo B.
Chagas, 13 de maio de 2013. - Crônica Nº
1015
A obrigação
foi mais forte do que a devoção (de escrever crônicas diárias); a sequência
quebrada poderá ainda acontecer nesses quinze dias.
DELEGACIA
DO ATERRO. Foto (alagoasnanet).
O MAJOR E O NEGÃO
Lembrou-me o
informante que chegou a Santana o major “E...” como delegado. Com fama de
durão, procurou limpar à cidade de elementos perniciosos e que até certo ponto
conseguiu. Foi autor de frase famosa muito citada em Santana do Ipanema,
Alagoas. Certa feita ao fazer uma ronda no baixo meretrício, o major deparou-se
com um grupo da sociedade, em avançada farra. Ao sentenciar um prazo curto para
fechamento da espelunca, conhecido comerciante alegou ao major que ali só havia
homens de bem. O delegado, então, teria respondido: “Homem de bem é aquele
que há esta hora encontra-se em casa e não em cabaré”. O comerciante foi
detido e solto logo depois, graças a telefonema de um filho adotivo também
exercendo alto cargo na polícia. Inclusive, com direito a pedidos de desculpas,
automóvel e escolta para deixá-lo em casa.
Nem tudo,
porém, é fácil na vida de um delegado. Havia em Santana um arruaceiro que
levava o apelido de “Negão”. Negão aprontava às suas e corria para
casa onde a polícia ia encontrá-lo. Dependendo do número de policiais, ele ia
ou não à delegacia. Novo ainda na cidade, o major “E...” recebeu queixa de mais
uma presepada do “Negão”. Mandou prendê-lo. Em casa, bem descansado, aguardando
à força a qualquer momento, o marginal ouviu um chamado dos policiais. Perguntou
lá de dentro quantos eram. Responderam que havia três homens. O Negão mandou
que eles voltassem porque era pouca gente. Os soldados, conhecedores da fama do
preto, recuaram e foram ao major. “Como é a história?!” E chamando a
ordenança foi prender pessoalmente o valentão somente com o auxiliar. Ao bater
à porta do bandido e se identificar, o major recebeu a mesma pergunta, isto é,
quantos homens havia. O delegado respondeu que só ele e a ordenança. Negão
remoeu lá dentro e disse: “O meu prazer, major, é que fosse um rebanho.
Gosto de ir preso com muita gente me levando; vou abrir uma exceção para o
senhor, mas aviso logo que não me trisque um dedo!”. Negão foi. Ao chegar
ao lugar Aterro, o major empurrou o bandido que ao se recuperar meteu o braço
para cima, quebrou o major no meio e o jogou aterro abaixo. Resultado: Negão
foi preso, apanhou bastante e, pouco tempo depois de solto foi assassinado. O
major ganhou um aleijão para sempre com “um quarto quebrado”. O povo passou o
fato adiante com o título “O MAJOR E O NEGÃO”.
Autobiografia
CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).

Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)
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