sexta-feira, 17 de maio de 2013

COMO SERÁ AMANHÃ


Por: Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2013 - Crônica Nº 1018

COMO SERÁ AMANHÃ

O trânsito estava uma beleza. Parecia rodízio na cidade, às sete e meia. Ao entrar na repartição, já havia cerca de dez pessoas aguardando o início do expediente. Um sujeito animava os que aguardavam com um discurso em miniatura. Cabelos grisalhos e voz forte, o baixinho não se cansava de falar. Várias pessoas ali estavam em jejum e já enfrentavam a primeira barra do dia com as sucessivas críticas do homem. Todos apenas ouviam. Peguei uma revista e fingi que iria passar à vista, espiando por baixo (que nem porco, como dizia a professora Helena Oliveira). O baixinho não poupava ninguém da política. Entrava num assunto e terminava em outro. “O povo mesmo não gosta de reivindicar. Tá aí faltando tudo no Ipaseal e nada do povo. Aliás, um povo que vota em (e citou três ou quatro políticos famosos do estado) já está dizendo que se vende por vinte reais. Devia haver uma lei para se colocar político para fora. Ô raça ruim da boba! Acabaram com tudo. Todas as nossas tradições os prefeitos destruíram”. E foi relacionando os festejos que alcançara no Bebedouro e no Vergel. Terminou identificando-se como radialista.

Um senhor tentou entrar no discurso, para ajudar à malhação, mas logo recuou porque o baixinho queria exclusividade. Perguntava aos presentes isso ou aquilo, mas para logo em seguida castigar nas palavras. Saiu dizendo que o nosso povo não conhecia nada e botou para fora uma porção de vultos estrangeiros. Os que pretendiam ajudá-lo na conversa radical, recuaram, enquanto outros olhavam apreensivamente para o relógio. Que meia hora comprida! Ao dirigir os olhos para o meu lado, voltei às páginas da revista e ouvi o porteiro anunciar que o elevador estava liberado. Houve um assanhamento geral. Sobe? O baixinho, mesmo assim, saiu procurando quem lhe ouvisse mais ainda, até encontrar um cidadão com a camisa parecida com a do flamengo. Esse teve paciência para escutar a xaropada.

Ontem, foi diferente. Começamos na mesma repartição com um senhor cantarolando velhas melodias de serestas. Hoje foi a crítica abafada para uma plateia bronca. COMO SERÁ AMANHÃ?


Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA


Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


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