Por: Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2012, Crônica Nº 919

TOME
GREVE, CAMARADA
Maceió hoje
amanheceu em greve. Pense, meu amigo, no transtorno causado pela falta de
coletivos em toda à capital. A greve dos rodoviários que teve início ontem pela
tarde é justificada como para chamar a atenção das autoridades para a violência
urbana. Ontem foi assassinado mais um motorista de ônibus em pleno trabalho por
um assaltante em serviço. A coisa tá braba nas Alagoas! Protestando contra mais
esse ato criminoso, os ônibus foram recolhidos e o número de automóveis nas
ruas pareceu dobrar. Não foi fácil chegar ao trabalho no horário previsto, bem
como em outros lugares que exigiam a presença do indivíduo. Depois os grevistas
resolveram botar os coletivos para rodar a partir de dez horas, aliviando mais
um pouco as agruras da população. Pela insegurança no trabalho, motoristas e
cobradores tinham mesmo que fazer algum tipo de protesto, mas esse de parar
tudo divide opiniões. Espalhados pelos pontos de ônibus, pessoas aguardam um
coletivo, mas não sabem da greve. Os vizinhos se juntam combinando o uso de um só
carro para três ou quatro colegas. As repartições atrasam os seus despachos e
muitos arrancam os cabelos, de raiva.
Voltando à
parte da razão dos motoristas, não é possível suportar a violência que ceifa
vidas dos companheiros todos os dias. O cidadão sai para trabalhar e não sabe
se volta vivo para casa. Trabalhar... E não passear pela orla, pelos barzinhos
ou pelos parques da cidade. Alguma coisa deve ser feita com urgência, pois a
população, mesmo sofrendo os transtornos temporários da falta de coletivos,
entende muito bem sobre a bandidagem que age em Maceió. Todos os lugares são
perigosos, inclusive alguns consultórios médicos que só atende na base da
chave, corrente e cadeado. No recente episódio em que soldados cacetaram uns
malandros na rua, houve muita discussão por causa disso. Os que eram a favor
dos direitos humanos recebiam piadas como esta: “Tá com peninha dos
anjinhos, leve-os para a sua casa”. Às vezes a própria população quer
linchar o sujeito, quando tem oportunidade. A guerra entre sociedade e
marginais está feia. A polícia parece perder as sucessivas batalhas com o mundo
do crime.
O povo continua
com medo e muita gente já não sai de casa. Para onde estamos indo? Quando a
violência não vem através das drogas e dos assaltos, vem na prepotência
cultural dos herdeiros do poder. TOME GREVE, CAMARADA.
CLERISVALDO
B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA
– CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo Braga das Chagas
nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em
Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois
Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de
solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora
Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram
cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo
Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior
(antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em
1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem
sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana
(Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana,
Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão
(Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à
Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense
de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da
Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de
Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva;
membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até
setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema,
um Rio Macho (paradidático); Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado (romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de
Santana do Ipanema(história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
Se
você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário