Por: Clerisvaldo B, Chagas, Crônica Nº 879

DORO E BILA
O último dia
da semana eleitoral me faz lembrar Doro e Bila, caso contado como tradição
nesse tempo em Santana do Ipanema, Alagoas. Conheci bem esse casal que residia
à Rua Benedito Melo (Rua Nova), bem na esquina de um beco. A residência era
comprida e a frente da casa servia como bodega fraquinha. Filisdoro, também
conhecido por Doro, era alto, cabelo baixinho, galego, cabeça grande e olhos
pequenos. Falava pausado, com preguiça, e parecia totalmente um grego. Gostava
de usar um palito na boca. Sua esposa tinha o apelido de Bila e ajudava Doro na
bodega. Passei por ali inúmeras vezes, pois o beco de Seu Filisdoro ─ homem com
mais de setenta anos ─ era o caminho mais curto para o Grupo Escolar Padre
Francisco Correia, onde eu estudava. Havia em Santana um sujeito muito
conhecido chamado Duda Bagnani, que gostava de beber cachaça e era cliente da
bodega. O casal Doro e Bila era humilde e querido pelo povo das imediações,
pois se dava com todos. A vizinhança da Rua Nova sempre gozava da paciência e
boa índole do casal.

Rua
Nova, em Santana do Ipanema - AL.
Certa feita o
desejo da política também contaminou a cabeça de Seu Doro. Incentivado por
alguns, inclusive pelo Duda Bagnani, o homem resolveu mesmo sair candidato a
vereador. Aquela época dos anos 60, não era tão diferente de hoje com a mania
de pedir do eleitor e o vício de dá tudo do candidato. Com Filisdoro aconteceu
à mesma coisa. Entusiasmado com os fregueses que pingavam na bodega, Seu Doro
já se dava por eleito. Tanto é que teve uns cochichos de alcova com a esposa
Bila sobre a sua liberdade cívica. Entre outros, o Duda Bagnani passou a
frequentar com mais assiduidade o estabelecimento da Rua Nova, onde começou a
beber muitas doses de aguardente de graça, ofertadas pelo recente candidato.
Por ali não se falava em outra coisa, a não ser a candidatura do pacato cidadão.
Finalmente as eleições chegaram, veio o dia da contagem de votos e Filisdoro
nas urnas obteve apenas um voto. Com as mãos à cabeça, decepcionado com a
política, Filisdoro dirigiu-se à esposa e perguntou por que ela não votara
nele. E Bila, esposa fiel e muito sincera, respondeu ingenuamente: “Oxente
Doro! Você não me pediu que votasse no melhor?”
Depois de
amanhã, vários candidatos a vereador que não conheceram esse caso, irão
conhecer DORO E BILA.
Autobiografia
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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