Por: Clerisvaldo
B. Chagas, Crônica
Nº 883

As
eleições deste ano devem ter sido parecidas em todas as cidades do
interior nordestino. Não falamos do caso da votação em si, na movimentação dos
eleitores, nas urnas eletrônicas, no nervosismo dos candidatos. Mas era praxe
ficarmos desconfiados entre autoridades independentes e os poderosos que
detinham o poder local. Começa os conchavos porque todo ser humano tem suas
fraquezas e o fator dinheiro não deixa de tentar homens e mulheres que ocupam
posições de gabarito.

Juiz
e rádio destacam-se em S. do Ipanema - AL.
É costume sair
comentários desairosos a essas autoridades, comprovadas após o pleito, mas que
o cidadão comum só tem o direito de falar sob cochichos. Atos desabonadores vão
sendo revelados, provocando desprezo e nojo por atitudes de traição ao povo.
Dizem que o dinheiro não compra tudo, mas compra muita coisa, inclusive a quem
nunca deveria ser comprada. Dizem também que não há nada que o tempo não
revele, deixando adiante os segredos combinados no escuro. Entretanto, é muito
bom quando a festa eleitoral ocorre dentro da confiança geral de eleitores e
candidatos.
Como falamos
acima, uma cidade do interior do Nordeste mostra a aparência de outras tantas.
Este ano, dois destaques aconteceram em Santana do Ipanema, sertão de Alagoas.
O trabalho digno, suado, decente do juiz Dr. Durval e sua equipe que caíram em
campo com muita garra por uma eleição a mais limpa possível. Pela primeira vez,
observamos eleitores e candidatos satisfeitos com a atuação exemplar de um
magistrado. Ao final do pleito, o povo estava eufórico com a bela atuação do
Dr. Durval que concedeu entrevista a potente Rádio Milênio que cobre amplamente
os municípios do sertão. Durante suas entrevistas a população telefonava para a
rádio mostrando a gratidão pelo trabalho dignificante do doutor. Por outro
lado, não poderíamos também deixar de registrar o belíssimo espetáculo que deu
a Rádio Milênio. Logo cedo do dia 7, já estava no ar fazendo a cobertura da
eleição para prefeitos e vereadores. O dia todo chegavam notícias dos seus
repórteres, mantendo a população bem informada. Minutos após o término da
votação, a rádio já iniciava a cobertura completa da contagem de votos. Está de
parabéns, portanto, toda a equipe da Milênio. Dois belos trabalhos, da Justiça
e dos comunicadores.
Aguardamos novos
espetáculos para as próximas eleições, nesse aperfeiçoamento constante da
DEMOCRACIA.
Autobiografia do autor:
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua
vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro
de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal
do Sertão(encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual
Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de
Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).
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