quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aluísio Alves - O Cigano Feiticeiro

http://www.camara.gov.br/internet/deputado/depnovos_foto.asp?id=105167&nomeParlamentar=ALUIZIOALVES

Aluísio Alves, se fosse vivo  amanhã completaria 90 anos. Nasceu  em Angicos, Rio Grande do Norte, no dia 11 de Agosto de 1921.  Foi jornalista, advogado e um dos maiores políticos do Rio Grande do Norte, foi governador entre 1961 e 1966, sendo depois cassado pelo AI-5, em 1969.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernanda Alves, é Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito de Maceió, com especialização em Serviço Social. Após a graduação voltou-se para as atividades jornalísticas: primeiro como funcionário dos jornais "A Razão" e "A República". Em 1949 foi  redator-chefe do jornal "Tribuna da Imprensa", no Rio de Janeiro, que pertencia a Carlos Lacerda.

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No ano seguinte, Aluísio Alves fundou  o seu pr´prio jornal, "Tribuna do Norte. Foi proprietário e diretor da "Rádio Cabugi", da "TV Cabugi" e da "Rádio Difusora de Mossoró", esta havia comprado a um grupo de sócios, sendo: Paulo Gutemberg, Renato Costa, Milton Monte, José Genildo Miranda e outros.

Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria potiguar chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência.

Sua vocação política  às atividades profissionais que desenvolveu e sua estreia na vida pública se deu sob os auspícios de Dinarte Mariz,

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então líder-mor da UDN no Estado, e assim Aluísio Alves foi eleito deputado federal em 1945, participando dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18 de Setembro de 1946. Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da UDN e de vice-líder da bancada. Mas logo Aluísio Alves rompeu com seu antigo aliado onde o governador recém-eleito ignorou uma série de ações de governo que foram reunidas por Aluísio Alves, num extenso documento. A partir daí, Aluísio rompeu politicamente com seu mentor e ingressou no PSD, sendo eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964, foi Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluísio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966, após ter sua candidatura a senador vetada por Mariz. No ano anterior Aluísio Alves derrotara o grupo de Dinarte Mariz ao eleger o monsenhor Walfredo Gurgel para governador.

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Em 7 de Fevereiro de 1969, Aluísio Alves recebeu a notícia que seus direitos políticos haviam sido suspenso, pelo AI-5 sob a acusação de corrupção, sendo indiciado em um processo que só foi arquivado em Fevereiro de 1973.

Mesmo sem poder atuar diretamente na vida pública, fez uso de sua experiência política e se manteve influente ao levar o seu grupo político para o MDB em 1970, sem mencionar que sua condição de empresário permitiu que mantivesse boas relações com os arenistas, à exceção de Dinarte Mariz. Executivo da União das Empresas Brasileiras, logo expandiu suas atividades para além da área de comunicação, e tão logo foi restaurado o pluripartidarismo, ingressou no PP e a seguir, no PMDB, sendo derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 1982 por José Agripino Maia do PDS.

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Com a  candidatura  de Tancredo Neves

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à Presidência da República, foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito, sendo confirmado no cargo por:

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José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15 de Março de 1985 e 15 de Fevereiro de 1989. Foi durante a sua gestão que foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Em 1990 foi eleito para o seu sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo

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Itamar Franco, quando foi Ministro da Integração Regional entre 8 de Abril de 1994 e 1º de janeiro de 1995.

Aluísio Alves faleceu em Natal, vítima de isquemia cerebral. Aluísio era pai do deputado federal  Henrique Eduardo Alves e de Ana Catarina, também política do Rio Grande do Norte.

Nenhum político do Rio Grande do Norte foi tão admirado quanto Aluísio Alves. No período em que foi candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Norte,  foi carinhosamente apelidado de Cigano Feiticeiro, pelas suas insistências para ganhar votos. Os seus eleitores eram chamados de papagaios, devido a cor da sua bandeira, "Verde", simbolizando "Esperança". 

No final de cada campanha, Aluísio fazia uma espécie de "Vigília", sobre palanques, passando três dias com três noites nas ruas de Mossoró,  cuja, era uma das suas maiores preocupações, o voto do eleitorado desta cidade.

Também tinha o chamado "Trem da Esperança", quando se deslocava com o seu eleitorado de Caraúbas no trem da Ferrovia, passando por Governador Dix-Sept Rosado, e chegando à cidade de Mossoró, alertando ao eleitor todo prejuízo sobre uma possível vitória do seu adversário.

Em 1994, foi feito o maior assalto do Rio Grande do Norte, e Aluísio sabendo que o governador José Agripino já sabia quem teria feito o roubo, fez uma frase que ficou na história. Palavras de Aluísio Alves dirigidas a José Agripino Maia: "Eu sei que ele sabe, que eu sei que ele sabe, quem roubou os 94 milhões da emergência" 


José Mendes Pereira
 
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Asuunto: "Cangaço"


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