“Com os idosos
está à sabedoria, e na longevidade o entendimento” Jó 12:12
Na revista
Superinteressante encontramos o seguinte relato: A marca tida como limite da
longevidade humana é de 120 anos. “Ao longo da História, há registros de gente
com 120 anos, mas esse é apenas um número mágico, sem comprovação científica”,
explicou à SUPER a professora de Genética Marília Cardoso Smith, da
Universidade Federal de São Paulo (2). Na verdade a ciência tem conseguido
aumentar a idade média, mas não a idade máxima.
Poucos o
conhecem por nome de batismo – SEVERINO PEREIRA – no entanto, muitos ao ouvir
falar “Severino Espalha” ficam logo sabendo de quem se trata. Não é meu
contemporâneo, entretanto, nossos primeiros contatos foram feitos por ele, via
telefone no Programa “Saudade Não Tem Idade” na Radio Opção 104 FM, pois como
ouvinte sempre nos prestigiava com sua audiência solicitando músicas que eram
de seu gosto. Em determinado dia fui até a sua residência e fiz-lhe uma visita.
Percebi que tínhamos algo em comum – ouvir música e música de qualidade. Desde
então, tornamo-nos amigos.
ESPALHA: ORIGEM…
Segundo o Professor Francisco Vieira no artigo A FAMÍLIA “ESPALHA” E SEUS
MENESTRÉIS… A origem do apelido “Espalha” remonta ao Século XX. É que Zé
Espalha pai de Severino era um homem de mesa farta e tinha por costume ser
cortês com as pessoas oferecendo café diariamente em sua residência e para isso
espalhava assentos. “A prática tornou-se uma constante de forma que os
frequentadores diziam em tom de brincadeira: vamos ao café que Zé já “espalhou”
os bancos”. Daí, “a denominação “Espalha” foi dada a todos os seus descendentes
e familiares se difundindo por toda região” disse Vieira. Por sinal,
cotidianamente esse gesto de oferecer café aos amigos tem sido uma constante na
vida do nosso homenageado.
Severino
Espalha não chegou a conhecer sua mãe, pois esta faleceu quando o mesmo ainda
era criança de colo, sendo criado pela sua irmã mais velha Dôra. Não teve
praticamente a oportunidade de estudar e só sabe assinar o nome. Foi uma
infância difícil; aos 07 anos de idade seu pai a quem ele tinha por costume de
acompanhá-lo nas pescarias, veio a falecer. Devido sua precária condição de
vida começou logo cedo a trabalhar para sua subsistência.
ENCONTRO COM
ANTÔNIO SILVINO (CANGACEIRO)
Aos 10 anos de
idade certo dia, indo à cidade levando seu estilingue, (pois matava pombos para
se alimentar) de repente deu de cara com o famoso Cangaceiro Antônio Silvino no
Hotel de Chico Claro, vindo o cangaceiro a lhe pedir para carregar sua mala até
o local onde um cidadão de nome. José do Egito alugava cavalos como meio de
transporte da época. Antônio Silvino lhe pagou a quantia de dez mil réis,
dinheiro este que rendeu a Severino Espalha, uma jumenta para colocar água,
roupas e ainda lhe sobrou algum trocado. Aos 16 anos de idade foi trabalhar na
estrada de Ferro com os cabouqueiros “carregadores de aço” sob o comando de
China seu irmão.
Severino
Pereira ou Severino Espalha como é mais conhecido nasceu em Pombal-PB no dia
02.07.1922 completando 91 anos de idade, uma dádiva divina para com poucos da
sua geração. Pelo seu calibre de “Bon vivant” muitos duvidam que ele tenha
alcançado essa longevidade e atribuem falhas no registro civil.
De família
muito humilde entre pescadores, pedreiros, agricultores e, também de excelentes
músicos e seresteiros como Bideca (bandolim), Doutor Espalha, China e Chico de
Dôra (Violão), João Espalha (Gaita), Chico Espalha (corneta e tarol) Dedé
Espalha, Ressaca e Tião (Percussão), Leonardo e Cicinho (Cavaquinho) dentre outros.
Criou-se na
Rua da Cruz onde ganhou o apelido de “taioca” devido ao seu cabelo de cor da
formiga de mesmo nome. Foi pedreiro, agricultor, pescador, dono de cassino e
comerciante nos anos 60, proprietário da conhecida mercearia ideal, hoje no
local GPS bicicletas na Rua Domingos de Medeiros. Casou-se uma única vez com
Ozana Lopes Pereira (in memória) também natural da região (Sítio André hoje
município de Paulista) e tia da atual prefeita de São Domingos, Odaísa
Queiroga.
VALDIR E SEU PAI SEVERINO
Em 1968 rumou para Brasília com a esperança de uma vida melhor para os cinco
filhos dessa união: Valdir Mendonça, formado em Letras, técnico educacional
pelo Ministério da Agricultura, aposentou-se ano passado, Maria Gecezilda
Pereira (formada em ciências contábeis e funcionária pública federal da
CONAB), João Bosco Pereira (Técnico em Telefonia e Informática), Rita Lopes
Pereira, dona de casa e a caçula Maria Eliana Pereira, formada em ciências
sociais e funcionária pública da Eletronorte.
Em Brasília
trabalhou de pedreiro, vigilante e gerente de lanchonete na galeria de lojas do
famoso Hotel Nacional de Brasília, por mais de uma década entre os anos 70 e
80, quando regressou de vez a Pombal, por não adaptar-se ao estilo vida da
capital federal. Infelizmente a família não o acompanhou nesse retorno por
motivos óbvios de crescimento profissional e o sonho de conquista tão almejado
por todos aqueles que migram para os grandes centros urbanos.
Durante os
anos de residência em Brasília, viajava com muita frequência à Pombal, para
rever amigos, familiares e pagar promessa a Nossa Senhora do Rosário, ocasião
da festa tradicional.
Dessa árvore
genealógica, são inúmeros netos e bisnetos e pelo andar da carruagem pode advir
num futuro bem próximo algum tataraneto.
SEVERINO
ESPALHA
Aposentou-se
pela previdência social há muitos anos e continua residindo na antiga Rua da
Cruz. hoje Rua Domingos de Medeiros onde preserva suas raízes nesse convívio
social ao longo do tempo. Por esta data especial nossos parabéns, desejando
muita saúde, paz, harmonia e os votos de que o criador do universo lhe conceda
mais longevidade.
Amigos e
familiares.
FONTE:
http://www.caldeiraodochico.com.br/o-longevo-severino-espalha
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
José Romero Araújo Cardoso
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