Amigos, se
outros profissionais entenderem em enviar suas cartas o correio vai entrar em colapso sem direito a retorno. Enquanto isso, vou ficando ao lado deste doutor, muito do MACHO.
Paulo Medeiros Gastão
Carta à
presidente Dilma
ESCRITA POR
MILTON SIMON PIRES | 03 JULHO 2013
ARTIGOS - GOVERNO DO PT
É mais um mérito seu e desse seu partido: promover a maior humilhação que os
médicos de um país sofreram até hoje!
Excelentíssima Sra. Presidente da República Dilma Rousseff,
Permita-me a apresentação: na minha opinião, eu sou um médico, na sua, um
“trabalhador da saúde”. Na minha opinião, medicina é cuidar de pessoas doentes,
na sua, é fazer “transformação social”. Eu penso em salvar vidas, a senhora em
ganhar votos. Como podemos ver, a senhora e eu não temos muito em comum à
primeira vista, mas existem na minha vida alguns fatos que a senhora
desconhece.
Assim como a
senhora, eu já fui marxista – e dos fanáticos! Brigava com colegas da faculdade
no final dos 80 e início dos anos 90 para ver seu projeto de poder realizado.
Caminhei ao lado daquele seu amigo que gosta de uma cachacinha e costuma ser
fotografado com livros de cabeça para baixo. Conversei pessoalmente com o
“poeta do sêmen derramado” que agora governa o Rio Grande do Sul.
Não tinha ideia correta daquilo que havia acontecido no Brasil entre 1964 e 1985. Imaginava como a senhora quer fazer parecer até hoje, que tudo estava indo bem até que militares malvados que não tinham nada para fazer decidiram, com ajuda dos americanos, derrubar o governo brasileiro.
Eu só me dei conta, presidente, de quem Lula, a senhora e seu partido-religião representavam quando comecei a trabalhar com a gente de vocês aqui em Porto Alegre a partir de 98. Duvido que eu estivesse mal-preparado, sabe? Eu já tinha feito 6 anos de faculdade, um ano de residência em pediatria, um de medicina interna e dois de cardiologia. Gostaria que a senhora visse em que lugar seus “cumpanheros” aqui dos pampas me colocaram para trabalhar...
Imagino a
senhora doente naquelas condições de segurança, higiene, espaço e administração
que a ralé do PT do Rio Grande do Sul nos ofereceu. A senhora tem ideia de como
deve se sentir um médico ao ter seu estágio probatório avaliado por técnicos de
enfermagem? A senhora sabe o que é receber, depois de tudo que se estudou na
vida, ordens de enfermeiras, presidente? Em nome de quê? Em nome de um delírio
chamado “democratização da gestão”? Em nome de um absurdo chamado “controle
social”?
A senhora tem
alguma noção de quantas pessoas eu vi morrerem depois que esse seu partido de
assassinos e mensaleiros terminaram com o resto da rede hospitalar brasileira
“aparelhando” a gestão dela com uma legião de analfabetos, recalcados,
alcoólatras e incompetentes, que por oferecer uma parte de seu salário ao PT,
passaram a dar ordens a homens e mulheres com capacidade de salvar vidas?
Mas por favor, não fique ofendida comigo, presidente, de certa forma essa carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e desse seu partido: promover a maior humilhação que os médicos de um país sofreram até hoje! A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura bananeira, um país que mata tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos, para fornecer médicos para o SEU próprio povo?
Mas por favor, não fique ofendida comigo, presidente, de certa forma essa carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e desse seu partido: promover a maior humilhação que os médicos de um país sofreram até hoje! A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura bananeira, um país que mata tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos, para fornecer médicos para o SEU próprio povo?
A senhora é
brasileira, ou não, presidente Dilma? Se não tem vergonha da medicina do seu
país, tenha pelo menos do seu povo! A senhora nasceu aqui e a primeira pessoa
que lhe viu foi provavelmente um médico do Brasil. Provavelmente vai ser algum
colega, intensivista como sou hoje, quem vai estar ao seu lado no último
momento e mesmo assim a senhora quer chamar médicos cubanos para enganar nossa
gente pobre e doente a ponto de garantir sua reeleição?
Quem lhe deu
esse conselho, presidente Dilma? Identifique por favor, um por um, os médicos
que lhe cercam e sugeriram semelhante ideia! A senhora e eu já conhecemos
alguns, não é? Vamos apresentar os demais ao Conselho Federal de Medicina, ou
não?
Presidente Dilma, até bandidos e prostitutas se ofendem quando tem seu território e ganha pão ameaçados. Nós somos médicos, nós salvamos vidas e não vamos permitir que uma profissão cuja origem se perde no tempo seja levada ao fundo do poço por um partido como o da senhora com o argumento de que estamos sendo corporativistas e o Brasil está sem médicos.
Deus lhe proteja na batalha que vai enfrentar conosco, presidente. Se a senhora for ferida vai precisar ser atendida por um médico – e eu duvido muito que ele fale português.
Porto Alegre, 2 de julho de 2013
Milton Simon Pires é médico (CREMERS 20.958).
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Paulo Medeiros Gastão
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