segunda-feira, 24 de junho de 2013

FOGUETE DE LÁGRIMAS

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 24 de junho de 2013 - Crônica Nº 1040

FOGUETE DE LÁGRIMAS 

Mais um São João é acrescentado a nossa existência, neste Sertão velho sofrido, bonito e desejado. Pelo dia, uma volta pela cidade mostra uma decoração sonhadora do outrora. Tempos das autênticas quadrilhas, do forró vivo na base da sanfona italiana, do quentão, da fogueira de angico e das bombas que abalavam o mundo.  Mas, a seca bateu com cacete de fueiro nas costas queimadas do caboclo nordestino. O fole não roncou como devia porque a música eletrônica tomou conta do esforço das mãos, da garganta, do cochilo do sanfoneiro com lenço no pescoço. Bate-se o quadrante da cidade em busca de petiscos graúdos para logo mais à noite, porém, o milho verde, dono da festa se abusa debaixo do chão ou no mimetismo das lagartas. Mesmo assim chega de longe, da irrigação de Canindé, do Sergipe, um caminhão lotado de espigas. Logo, montes espalham-se nas ruas e o povo acode para mexer na raridade. É o ouro do São João que vai ajudando a inflar o bolso agoniado do sertanejo. A boa nova da chegada de “bonecas” na seca vai atraindo os sequiosos por canjica, pamonha, milho assado e cozinhado, coisas saborosas que a vovó capricha para os elogios.


E lá nas Arapiracas vamos quebrando a rotina do São João para o sepultamento do nosso concunhado, Nivaldo Paulino, ex-funcionário exemplar da antiga CEAL que prestara serviços em Santana do Ipanema e no Agreste. Nivaldo Paulino, natural de Viçosa, zona da Mata alagoana, amigo presente desde os nossos velhos tempos de namoro à Rua Delmiro Gouveia, em Santana. Chegando ao belo parque santo, familiares, amigos particulares e membros da Maçonaria local, nesse sábado, véspera de São João, para a natural e dorida despedida ao homem de bem. Dessa vez também quebramos à tradição desde o tempo de casado, da fogueira à porta homenageando o padroeiro tão querido e amado nos sertões. Mas os ouvidos abertos deixaram penetrar os sons que chegavam de todos os lugares dos arredores, da música de época com suas explosões acompanhantes.

Enquanto os sons misturados vão rasgando a madrugada, vamos trabalhando no “selo” comemorativo da História de Santana, para o ciclo fechado de 100 pessoas, que será lançado no próximo ano. Aguardemos as alvíssaras de bons invernos que por certo ainda virão. Afinal a vida também tem seus FOGUETES DE LÁGRIMAS.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA


Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


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