Justificando |
São Paulo - 28/08/2015
Atualização:
no sábado, Carl Hart concedeu entrevista em que negou ter sido barrado e
explicou a possível origem da notícia.
Atualizada
pela revista Samuel em 29.ago.2015, às 17h40 e às 22h50
No Seminário
Internacional do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, o palestrante Carl
Hart, professor associado de psicologia e psiquiatria da Universidade de
Columbia, teria sido barrado pela segurança do hotel cinco estrelas Tivoli
Mofarrej, que sedia o evento. A organização do instituto teria tido de se
mobilizar para autorizar a sua entrada no hotel nesta sexta-feira (29/08).
Na
sexta-feira, o site Justificando [autor da reportagem reproduzida por
Samuel] não encontrou alguém para falar pelo hotel.
No sábado (30/8), o jornalista Bruno Torturra, do site Fluxo, publicou uma entrevista com o próprio Hart, em que ele conta não ter vivenciado diretamente o episódio. "Disseram que, quando cheguei, um segurança do hotel iria me abordar, mas não testemunhei isso". Nessa entrevista, Hart diz que não foi barrado pelo hotel.
Carl Hart é negro e veio a São Paulo palestrar sobre a guerra às drogas e como ela é usada para marginalizar e excluir parte da população. Antes de se tornar um cientista respeitado, com três pós-doutorados, e um dos maiores nomes sobre o estudo de drogas, era usuário de crack. Ele decidiu tornar-se especialista nos efeitos do crack para entender como a droga tinha destruído sua comunidade. E virou um neurocientista, com seus dreads e os três dentes de ouro.
No sábado (30/8), o jornalista Bruno Torturra, do site Fluxo, publicou uma entrevista com o próprio Hart, em que ele conta não ter vivenciado diretamente o episódio. "Disseram que, quando cheguei, um segurança do hotel iria me abordar, mas não testemunhei isso". Nessa entrevista, Hart diz que não foi barrado pelo hotel.
Carl Hart é negro e veio a São Paulo palestrar sobre a guerra às drogas e como ela é usada para marginalizar e excluir parte da população. Antes de se tornar um cientista respeitado, com três pós-doutorados, e um dos maiores nomes sobre o estudo de drogas, era usuário de crack. Ele decidiu tornar-se especialista nos efeitos do crack para entender como a droga tinha destruído sua comunidade. E virou um neurocientista, com seus dreads e os três dentes de ouro.
Ao começar sua fala, provocou as mais de mil pessoas que estavam no auditório: "Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha". Não havia nenhum negro na plateia.
Para Sérgio
Salomão Shecaira, Presidente da Organização do Seminário, o fato evidencia
racismo: "É bom para mostrar como vivemos em um país racista".
Neste sábado
(29/08), reportagem do jornal Folha de S. Paulo, citando o
gerente-geral do Tivoli Mofarrej, Renaud Pfeifer, dizia que o hotel não
identificou, nas imagens de segurança, o professor sendo barrado.
"Segundo
as imagens, em momento algum Hart foi abordado por seguranças ou impedido de
entrar no hotel", disse Renaud Pfeifer, gerente-geral do Tivoli, à Folha.
De acordo o
jornal, "o hotel afirmou ainda ter entrado em contato com o hóspede, que
negou ter sido barrado durante a sua estada."
O site
Justificando atualizou neste sábado a reportagem original, publicando uma nota
do hotel e adicionando uma atualização, ambas registradas abaixo.
O Tivoli São Paulo - Mofarrej tem como objetivo e hábito receber hóspedes e clientes de diversos países e em variadas ocasiões.
O hotel afirma
que seus funcionários recebem treinamento constante para manter o alto padrão
de serviço, para bem atender seus clientes garantindo qualidade, segurança e
discrição.
O Tivoli São
Paulo - Mofarrej proíbe a discriminação em virtude de raça, sexo, cor, idade,
religião, orientação sexual ou quaisquer outras formas de discriminação.
Como política
o hotel não barra seus clientes, visto que possui diversos pontos de venda e
espaços de evento, mas constantemente aborda todos os frequentadores para
direcioná-los corretamente aos seus destinos. O hotel reforça que é
absolutamente contra qualquer forma de discriminação.
ATUALIZAÇÃO:
A Redação do
Justificando foi convidada, na manhã deste sábado (29/08), pela Assessoria de
Imprensa do Hotel Tivoli a assistir às imagens das câmeras de segurança. Pelas
imagens, não é possível ver ninguém se aproximar de Carl Hart na tentativa de
barrá-lo.
O Presidente
da Organização do Seminário, Sérgio Salomão Shecaira, também negou as
declarações [publicadas pelo Justificando].
No entanto,
pela manhã, o neurocientista esteve no estúdio do Justificando para gravar uma
entrevista. Em vídeo, registrou que o incidente foi pequeno e, comparado com o
que a população negra sofre diariamente, não é nada.
Nas duas vezes em que a equipe de Samuel ligou para o Tivoli-Mofarrej, na sexta-feira e no sábado, foi informada de que o hotel se pronunciaria apenas na segunda-feira.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/samuel/41475/palestrante+negro+e+barrado+em+portaria+de+hotel+cinco+estrelas+que+sedia+seminario+em+sao+paulo.shtml
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário