sexta-feira, 8 de maio de 2015

A importância do verde para a melhoria da qualidade de vida do povo do semiárido

Por José Romero Araújo Cardoso[1] e Marcela Ferreira Lopes[2]

Para Maria-Luiz Scwarz
  
Temperaturas que excedem normalmente os quarenta graus, evaporação intensa e insolação causticante caracterizam o clima do semiárido, cujas peculiaridades incidem diretamente na vegetação, xerófila e adaptada aos rigores mesológicos.

Martius, desesperado com o desafio que o estudo das caatingas impôs, quando de sua classificação botânica no século XIX, definiu-a de Silva Horrida (Selva Horrível), pois as condições ecológicas se mostraram infinitamente diferenciadas da região européia com a qual estava acostumado.

A situação atual do bioma suscita preocupações em razão que o intenso desmatamento vem prejudicando sensivelmente os seres vivos que dependem diretamente do equilíbrio ecológico para melhores condições de existência, incluindo entre esses o gênero humano.

O verde é indispensável para a melhoria da qualidade de vida do povo do semiárido em razão que proporciona bem-estar, conforto e alívio para os rigores climáticos cada dia mais intensos devido à exponencialização da antropização.

Plantar árvores parece que não tem sido observado com grande destaque nos pequenos e médios centros urbanos do semiárido, os quais destacam a ênfase à contínua migração campo-cidade, intensificada sobretudo a partir da década de oitenta do século passado.
A prática cultural de plantar árvores, existente no campo, vem sendo abandonada em função de diversas atividades que consomem tempo e denotam mudanças de comportamento devido a uma nova forma de existência, marcada pelas exigências da vida urbana.

Imprescindível que tanto o público como o privado destaquem iniciativa de plantar árvores, de preferências nativas do semiárido, adaptadas ao meio ambiente natural, as quais constituem verdadeiros milagres da natureza.

Verde significa vida, principalmente em uma região submetida tenazmente aos rigores das intempéries, constituindo-se em desafios constantes a quem nela habita, pois a inclemência dos períodos de estiagens revela a fortaleza indômita que traduz a grandeza do povo sertanejo em sua luta contínua para que haja condições de sobrevivência.

Prática necessária no âmbito da educação ambiental para o semiárido, plantar árvores significa também garantia de suprimento alimentar, tendo em vista que diversas espécies frutíferas possuem extraordinário valor nutricional em seus frutos.

A formação de espaços verdes onde se possa desfrutar de melhores condições de vida é indispensável.

Assim que a humanidade raciocinar que ao invés de destruir a natureza é bem melhor valorizá-la através do plantio de árvores e proteção às demais espécies vivas, haverá condições mais viáveis de suportarmos os desafios constantes que fazem da era atual um enigma no que diz respeito às incógnitas referentes às estratégias que possam viabilizar a continuidade da vida no planeta.

[1] José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UERN).

[2] Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa-UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo cardoso

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário: