O Ministério
Público Federal em Divinópolis, na região central de Minas Gerais, abriu
procedimento para apurar suspeita de improbidade administrativa na construção
do aeroporto de Cláudio. A estrutura foi construída pelo atual presidenciável
do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no fim de seu segundo mandato como
governador do Estado.
A obra, que
também é investigada pelo Ministério Público Estadual, teve um custo de R$ 13,9
milhões e foi feita em terreno desapropriado de Múcio Guimarães Tolentino,
tio-avô do tucano. De acordo com Procuradoria da República em Minas, o
procedimento foi instaurado com base em representação recebida pouco depois de
o caso ser divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O Ministério
Público já solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informações
sobre o aeroporto e aguarda a chegada dos documentos para dar continuidade à
apuração. Segundo a Anac, o aeródromo não é homologado e seu uso é irregular.
No início
deste mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou não ver
motivo para a instauração de uma investigação criminal sobre o caso. Com esse
entendimento, Janot arquivou parte de uma representação feita pelo PT, mas, ao
mesmo tempo, determinou que a representação fosse encaminhada à Procuradoria da
República em Minas para que seja apurado se houve improbidade administrativa na
realização da obra.
Desapropriação
O aeroporto -
que recebeu o nome de Deputado Oswaldo Tolentino, outro tio-avô de Aécio, por
meio de lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas ainda na gestão do
tucano no Executivo estadual - foi construído em parte de uma fazenda de Múcio
desapropriada pelo Estado por R$ 1 milhão.
Desde 2009,
porém, Tolentino briga na Justiça com o governo mineiro reivindicando o
pagamento de indenização de R$ 9,1 milhões pela área. Cláudio tem população de
27,3 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e fica a cerca de 50 quilômetros de Divinópolis, cidade com 226,3 mil
habitantes onde já funcionava um aeroporto.
A construção
do aeródromo de Cláudio fez parte do Programa Aeroportuário de Minas Gerais
(Proaero), por meio do qual o governo mineiro fez investimentos diversos em 24
aeroportos locais.
A estrutura
construída na terra desapropriada do parente de Aécio, porém, foi a que recebeu
maior volume de recursos proporcionalmente às populações das cidades onde foram
feitos os aportes. O valor da obra de Cláudio representa um investimento
per capita de mais de R$ 510, ou quase três vezes a média de recursos aplicados
em outros 11 aeroportos que também receberam projetos de ampliação da
capacidade.
Equívoco
O jornal O
Estado de S. Paulo procurou nesta terça-feira, 21, a campanha do PSDB para
comentar o assunto, mas, por meio de sua assessoria de imprensa, a coordenação
tucana afirmou que não se pronunciaria sobre o caso, o que seria feito pelo
governo mineiro. A reportagem tentou também falar com a assessoria do Executivo
no início da noite, mas não houve resposta.
Desde que o
caso foi revelado, Aécio sempre negou ter beneficiado familiares com a obra e
alegou que o aeroporto teria o objetivo de desenvolver a região centro-oeste do
Estado.
O tucano
admitiu que usou "poucas vezes" a estrutura com aeronave particular
após deixar o governo mineiro. Ele reconheceu também que cometeu um
"equívoco" por ter usado de "forma inadvertida" a pista sem
que o aeródromo esteja homologado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Marcelo
Portela - Belo Horizonte
FONTE(S)
IMAGENS
http://www.emresumo.com.br/2014/10/22/ministerio-publico-investigar-aeroporto-claudio_48930.html?utm_source=HomePortal&utm_medium=baixaki
Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário