Por Rangel Alves
da Costa*
O aluno chega
à sala de aula como um ser humano qualquer. Portanto, podendo trazer consigo os
problemas próprios de qualquer um, desde pendências pessoais e questões
envolvendo relacionamentos familiares e amorosos a predisposições rotineiras.
Num estado tal, certamente que não fará o melhor acompanhamento nem da aula nem
da assimilação de conteúdos. Mas problemas precisam ser resolvidos.
Um professor
mais atento logo compreenderá que está diante de um problema. Como educador,
cujo ofício envolve muito mais que repassar e analisar conteúdos, certamente
terá que utilizar de seu conhecimento para chamar para si aquele problema e,
como se estivesse colocando o aluno num divã, buscar a melhor solução possível.
Até se poderia dizer que não cabe ao professor adentrar em aspectos
sentimentais ou comportamentais dos educandos, mas não se pode negar que o ato
de ensinar é também uma ação de compreensão do aluno como um todo. E, desse
modo, envolvendo também aspectos da psicologia.
Conceitualmente,
psicologia é o estudo dos fenômenos psíquicos e do comportamento do ser humano
por intermédio da análise de suas emoções, suas ideias e seus valores. No mesmo
sentido, é a ciência que estuda o comportamento humano e animal e os processos
mentais, tais como razão, sentimentos, pensamentos, atitudes.
A psicologia,
pois, observa e analisa as atitudes, os sentimentos e os mecanismos mentais do
paciente e procura ajudá-lo a identificar as causas dos problemas e a rever
comportamentos inadequados. Desse modo, pelos aspectos abordados, logo se tem
que há plena possibilidade de aplicação da psicologia no contexto educacional.
Neste sentido,
existe até um ramo da psicologia especialmente voltado para o contexto
educacional, através da denominada psicologia educacional. Esta psicologia
educacional é compreendida como a área da psicologia que aborda todas as
problemáticas referentes à educação e aos processos de ensino e aprendizagem
nas crianças e adultos.
O profissional
que atua nesta área procura analisar a eficácia das estratégias educacionais,
desenvolver projetos educativos, bem como aprimorar as capacidades dos alunos
com dificuldades de aprendizagem, em instituições educativas, tais como
escolas, creches, jardins de infância, internatos, instituições de reeducação,
atividades de tempo livre, etc. Mas em qualquer nível educacional a psicologia
educacional pode ser aplicada com o alcance de resultados eficientes.
Contudo, mesmo
que a escola não conte com um psicólogo, tais tarefas podem ser realizadas,
dentro de suas limitações e possibilidades, pelo próprio professor. Ora, o
próprio ato de educar é também um ato de analisar o outro, compreender suas
aptidões e dificuldades, procurar resolver os problemas surgidos perante os
alunos e a própria escola. Educar não é somente dizer, mas também sentir.
Educar não é somente repasse, mas também interação.
Mesmo sem que
o professor tenha a pretensão de agir a partir de conceitos próprios à
psicologia, ainda assim toda sua ação sempre estará permeada pela ciência da
análise e compreensão do comportamento do indivíduo. É próprio de sua função
procurar entender seus alunos, analisar seus aspectos de desenvolvimento,
buscar soluções para os problemas educacionais surgidos.
Daí que a
psicologia, seja profissionalmente ou no simples ato de educar, está sempre
presente no contexto escolar. E é de essencial importância que assim aconteça,
pois o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem não diz respeito à
saúde escolar do aluno, mas também sua saúde mental, sua predisposição para o
pleno exercido das atividades.
E tudo isso é
possível através da aplicação dos conceitos psicológicos na educação. Ou mesmo
no simples ato de procurar entender e dialogar com o comportamento do aluno,
como é feito pela maioria dos professores. Não deixa, pois, de ser uma maneira
de, coloquialmente, colocar o aluno no divã.
Poeta e
cronista
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