quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

COSTUMES DO SERTÃO*.

Por Jair Eloi de Souza

Tem-se notícias da oralidade dos antigos, que Antônio Pereira Monteiro, filho de Manoel Pereira Monteiro, o fundador de Serra Negra, Solteirão, homem de estatura avantajada, grande criador de gado, nos ermos das terras margeantes das espinharas, era um misto de vaqueiro e matador de onças. Aquele Município, albergava goelas de serras e penhascos com grutas e furnas imensas.

Os gados na pradaria, não tinham limites nas incursões do pastejar, ante a ausência de cercas. As áreas de pastoreio iam do gancho de Regina, no encontro dos Rios Espinharas e Piranhas, até a jurisdição das terras do Teixeira. Novilhas e garrotes eram constantemente atacados pelas onças. Naqueles tempos, reinavam a suçuarana, a pintada e a preta. Antônio Pereira Monteiro, era possuidor de muitos touros. Esses machos, viviam em constantes disputas de manadas e territórios.

Mas, ante a presença do felino, montavam guarda e protegiam o rebanho.

Mas, o estrago no criatório era grande. Em razão de que, Antônio Pereira Monteiro, deu-se ao ofício de matar aqueles felinos. Sendo possível considerá-lo o primeiro matador de onças nos Sertões do Seridó Ocidental.

Passados mais de uma centena de anos, final do Séc. XIX e na primeira década do Sec. XX, no pé da Serra do tronco, cinco léguas de Serra Negra, Município de Pombal, reinou a bravura do Capitão Cazuza Sátiro. Matador implacável do felino. Que aliás, também por necessidade, abraçara essa vida dura, de matar onça, pois, era criador de gado na fazenda Tronco.

Esse ofício forçoso, também foi esteira de Miguelão das Marrecas, na Serra do Doutor e com maior intensidade no Pajeú, Pernambuco, pelos valões, que assuntavam até a caatinga do Navio.

Fontes: Juvenal Lamartine e Osvaldo Lamartine

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço Francisco Borges de Araújo - Jardim de Piranhas - Rio Grande do Norte

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