quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

BARREIRAS

Por José Romero Araújo Cardoso

Opiniões contrárias parecem direcionar certo tipos de comportamento de diversos representantes do gênero humano no que diz respeito a não levar em conta decisões que deveriam ser unilaterais ou bilaterais.

Intromissão na vida alheia é algo que faz parte do cotidiano das pessoas imemorialmente, sendo retratada em novelas, romances e no presente, em episódios televisivos e radiofônicos de grande audiência.

As barreiras são montadas a fim de obstacular determinadas decisões que são tomadas, visando redirecionar aquilo programado pelas pessoas como o que acham certo e objetivo em suas vidas.

Invariavelmente as barreiras podem criar clima de animosidade em virtude que não raro estas são seguidas de mentiras, cuja consequência é um ambiente marcado pelo terror e pela insatisfação do conjunto afetado.

Shakespeare retratou com invulgar perfeição em Romeu e Julieta a forma como as barreiras atrapalharam um grande amor marcado pelo ódio entre duas famílias na Verona medieval. A rivalidade fez com que o forte sentimento que os jovens nutriam descambasse para ritual sinistro.

Homens mais velhos amando mulheres mais novas, e vice-versa, também é motivo para especulações que resultam em desconforto, em desalinho, em inconsonância. Amor não tem idade, nem cor, muito menos razão. Não existe uma fórmula matemática para explicar o amor, pois esse sentimento existe independente de qualquer coisa. Surge e se firma, quando menos se espera.

A saga humana pelo planeta terra é marcada por um série de empecilhos, não obstante sabermos que novos horizontes se descortinam a partir do momento que a ênfase ao conhecimento vem dando contribuição significativa a fim de quebrar grilhões, embora não haja como sufocar o afloramento de instintos primários que estão internalizados nos seres humanos.

A mais inconcebível falta de ética que pode inundar uma ou mais pessoas é se intrometer acintosamente entre duas partes que são atingidas pelo poder inexorável da força do amor. Criar situações vexatórias é um gesto abominável perante a essência da dignidade humana. Ninguém tem o direito de querer separar o mais belo entre todas as manifestações do gênero humano.

Mentir e caluniar são pecados capitais crassos que deveriam ser banidas das manifestações humanas de qualquer forma, pois o estrago que provocam são dilaceradores, hediondas e vis na expressão literal do termo, não existindo barreiras que mais fazem sofrer do que essas citadas.

A confiança tem que nortear a humanidade como forma de subjugar as barreiras, as quais, múltiplas e incontáveis, representam o atraso no que diz respeito ao formato assumido pelas representatividades negativas.

Não apenas no plano sentimental as barreiras são erguidas, pois vislumbrando-se aspectos socioeconômicos, pode-se definir a precariedade do acesso no Brasil a negros e mestiços, ainda poucos efetivos no desfrute da cidadania plena.

Enfim, barreiras ainda são alçadas a patamares inaceitáveis quando o assunto diz respeito à manutenção de determinada forma de poder, seja no plano individual ou coletivo, público ou privado, cabendo a cada um se conscientizar que fraternidade e respeito são basilares para definir-se melhor e mais saudável convivência.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero Araújo Cardoso

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