Por: Francisco de
Paula Melo Aguiar
O egoísmo, o
orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a
maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia
arrancar algumas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.
Allan
Kardec
A palavra inveja tem origem na Língua Latina “invídia”, de “in” privativo,
negativo mais “videre”, igual a ver, olhar com maus olhos. O individuo fica com
sentimento de desgostos em face do bem alheio, acompanhado do desejo de que
esse bem seja destruído. O individuo invejoso não se contenta jamais com aquilo
que possui ou recebe diariamente, e sempre está e/ou vive revoltado com os
benefícios, elogios e/ou felicidade de quaisquer tipos atribuídos a outra
pessoa, que ele gostaria de ser e não é. A inveja envolve sempre o problema do
“ter” e do “ser”. O caminho da inveja é justamente a maledicência e a calúnia
na visão do invejoso. Esse tipo de gente quer e provoca a destruição do outro
de qualquer forma. Quem tem um amigo invejo, não precisa ter inimigo. De modo
que Miguel de Cervantes menciona que “a inveja vê sempre tudo com lentes
de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes,
indícios em certezas”. É uma verdade nua e crua.
Por incrível que pareça o termo maledicência também tem origem no Latim
“malum”, igual a mal, mais “”dicere”, igual a dizer, falar mal de alguém. E
sabemos que tudo isso acontece em virtude da fala de caráter que
inevitavelmente conduz o individuo a falar mal de seus amigos, semelhantes,
colegas de profissão, etc, sempre procurando divulgar botar defeitos e divulgá-los
para terceiros, como verdadeiros sicários, infringindo o direito da honra e da
boa fama alheia. O individuo maledicente tem orgulho e prazer em botar
defeitos, descobrir defeitos e revelar verdades pouco favoráveis a honra e boa
fama de outros indivíduos, valendo salientar que o faz, na maior parte das
vezes, justamente por ociosidade, ignorância, falta de ética, falta de caridade
humana e até por incapacidade de não querer reconhecer seus próprios e
habituais defeitos e fraquezas de toda ordem. Tais indivíduos afirmam de que
seus amigos não tem defeitos, porém, se deixarem de ser seus amigos, eles
arranjam defeitos e botam de que qualquer maneira para atingir-lhe moral e
pessoalmente desgastados e/ou desmoralizados perante o grupo social a que
pertence. Este tipo de individuo esquece de que Nosso Senhor Jesus Cristo
disse: “Quem pode atirar a primeira pedra? Por analogia, o grande Platão
menciona que “calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso
que podemos fazer da maledicência”.
Aquilo que chamamos costumeiramente de calúnia, também tem original no Latim
“calumnia”, do particípio do verbo arcaico “calvor” ou “caluor”, que significa
enganar alguém. Assim sendo caluniar alguém nada mais é do que fazer uma
injusta violação da reputação alheia sobre todos os aspectos, sem fundamentação
e/ou base de verdade, advindo acarretar prejuízos incalculáveis a pessoa vítima
de tal comportamento pelo caluniador. O caluniador é alimentado e movido pelo
ódio e/ou pelo desejo a qualquer preço de vingança e merece a repulsa de todas
as pessoas da sociedade local, nacional e internacional. A pessoa vítima de
calúnia deve procurar o Poder Judiciário para tentar exigir a condenação do
caluniador, pois, ele tem o dever forçado de reparar sua atitude praticada
contra outra pessoa inocente ou não, por a honra e boa fama é garantia da Carta
Magna de 1988, em termos de Brasil. Assim sendo, confessar a verdade é o
caminho que o caluniador tem para tentar recuperar sua reputação e dignidade, bem
como o direito do acatamento por parte das outras pessoas da sociedade em
que vive. O crime de calúnia é enfocado pelo o artigo 138 do Código Penal
Brasileiro. O pensador William Shakespeare menciona “pois a calúnia vive por
transmissão, alojada para sempre onde encontra terreno.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
José Romero Araújo Cardoso
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