segunda-feira, 17 de junho de 2013

LAMPIÃO, GATO BRABO E SANTANA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 17 de junho de 2013 - Crônica Nº 1035

LAMPIÃO, GATO BRABO E SANTANA

Ainda hoje quem tem uma noção da história cangaceira por essas bandas, ainda pergunta por que Lampião não entrou na cidade de Santana do Ipanema. 

 Santana na época de Lampião

Lá vêm as teses batidas pela tradição, mas ninguém tem certeza mesmo de nada. Em 1926, ao descer de Juazeiro do Norte, o homem vinha espumando de raiva porque fora enganado com patente de capitão que valia apenas para alimentar a sua vaidade de bandido. Como o território santanense era o maior do estado, na época, Virgolino varreu alguns sítios e fazendas e foi despejar sua ira na vila de Olho d’Água das Flores, pertencente a Santana e distante da sede 22 quilômetros. É bem verdade que ao chegar à notícia do cangaceiro aproximando-se, várias famílias deixaram o Ipanema, retirando-se até mesmo para Palmeira dos Índios, início do Agreste. Um grupo de homens resolutos, porém, organizou a resistência com civis, poucos soldados da polícia e vinte e cinco recrutas do Tiro de Guerra local que funcionava no antigo “sobrado do meio da rua”. Sacas de lã e areia foram improvisadas à Rua da Poeira e a espera pelos cangaceiros parecia sem fim. Tempo de inverno, o dia amanheceu radiante após uma noite inteira dos defensores nas trincheiras. Nada de Lampião.


Depois veio o conhecimento de que Virgolino havia assaltado sítios e fazendas e passara o dia na vila de Olho d’Água onde praticara várias atrocidades, amenizadas por um empresário chamado Francisquinho. Não houve mortes na vila, mas o prejuízo material e moral foram enormes, exasperando o governador Costa Rego. 

Governador de Alagoas - Costa Rego

Uns dizem que o bandoleiro não entrou em Santana devido ser a avó do Cristo, padroeira, sua madrinha. Outros dizem que por causas das orações, além mais versões. Tempos depois, o cangaceiro Gato Brabo, diz em jornal do Recife que foi graças a ele Gato Brabo, o cangaceiro santanense, que Lampião cismou. Não conta detalhes. Mas se foi por ele, por que Gato Brabo, Josias Mole, que foi preso em Santana e apanhou na cadeia quis livrar o povo da terra? Não acreditamos nessa versão. É mais sensato pensar que Lampião não quis enfrentar a farda verdinha do Exército. Guerrear contra uma defesa formada também pelo Tiro de Guerra, assanharia o Batalhão de Caçadores em Maceió e Lampião queria enfrentar satanás, mas o Exército, não. O exército só larga quando termina o serviço como cães de caça. Portanto, melhor pegar os indefesos da vila para suas estripulias.

Nas trincheiras civis de Santana estavam homens como o historiador oral Pedro Agra, Joel Marques, Joaquim Ferreira e até mesmo o vigário José Bulhões. No dizer de um contador de histórias, matuto, Virgolino deve ter pensado: “Quem vai lá é a peste!”. Sim senhor, poucos escreveram sobre LAMPIÃO, GATO BRABO E SANTANA.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA


Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


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