DA AGÊNCIA
BRASIL - DE SÃO PAULO
Profissionais
da saúde fizeram na manhã de hoje (25) um protesto na avenida Paulista (região
central de SP) contra os valores pagos pelos planos de saúde, considerados
baixos pela categoria.
O ato faz
parte das mobilizações do Dia Nacional de Alerta na Saúde Suplementar, que
gerou manifestações em todo o país e, em alguns Estados, suspensão dos
atendimentos - exceto para casos de emergências e urgências. Ainda não foi
divulgado um balanço de quantos médicos aderiram à paralisação.
Em São Paulo,
além dos médicos, participaram do protesto profissionais de odontologia e
fisioterapia. Os manifestantes exibiram faixas nos principais cruzamentos da
Paulistas e fizeram panfletagem, sem atrapalhar o trânsito. Depois, eles
soltaram 10 mil balões, próximo ao edifício da Gazeta.
Florisval
Meinão, presidente da APM (Associação Paulista de Medicina), explica que a
manifestação congregou também os fisioterapeutas e dentistas para ganhar força
na mobilização contra as empresas de saúde. "Esse é um movimento que tende
a crescer nos próximos anos, porque todas as classes profissionais estão
insatisfeitas."
O maior
problema enfrentado por essas categorias, de acordo com Meinão, são os valores
pagos pelo trabalho dos médicos. "Os honorários estão muito baixos, foram
sub-reajustados ao longo dos anos. Hoje, concretamente, existe uma grande
defasagem dos valores que nós recebemos em relação à inflação no período ou em
relação ao aumento nas mensalidades dos usuários", disse ele.
Segundo
Meinão, os contratos feitos pelos médicos com os planos de saúde não apresentam
cláusulas claras quanto aos reajustes. "Eles não atendem às determinações
da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que determinou que fossem colocadas
[as cláusulas sobre reajustes] nesses contratos", declarou.
Protesto de
médicos e dentistas em SP
O presidente
da APM acredita que o principal prejudicado diante desses impasses é o usuário.
"Tudo isso gera uma insatisfação muito grande, que se reflete no
atendimento prestado ao usuário.
As pessoas,
hoje, têm dificuldade em realizar consultas. Nas unidades de emergência, a
espera é muito prolongada, há dificuldades de encontrar médicos para a
realização de cirurgias, há dificuldade de leito hospitalar, de UTI [Unidade de
Terapia Intensiva]", disse.
VALORES
Andréia Fuchs,
representante do Conselho Regional de Fisioterapia, disse que há grande
insatisfação também entre os fisioterapeutas que atendem convênios médicos.
"Para se ter uma ideia, existem convênios que pagam R$ 3,50 por
atendimento. E, minimamente, você fica meia hora com o paciente, tem seções que,
dependendo da patologia, você fica uma hora. Então, tem muitos profissionais
deixando de atender convênio, fechando suas clínicas ou preferindo atender
particular", reclamou.
Ela criticou,
além disso, a falta de cumprimento de alguns planos quanto à tabela de valores.
"Você não tem como prestar um bom atendimento, não tem como sobreviver
dessa profissão com dignidade com uma remuneração dessa. Alguns planos de saúde
não cumprem a tabela de referenciais de honorários, o que torna o atendimento
mais difícil ainda", informou.
Rada Elachkar
da Silva, conselheira do Conselho Regional de Odontologia, relatou que entre os
dentistas os preços pagos afetam procedimentos importantes.
"Os
valores das consultas, de uma restauração, de uma exodontia - que é uma remoção
do dente, o tratamento de canal, são os principais procedimentos
prejudicados", disse. "Com os preços que os planos de saúde pagam,
irrisórios, é impossível o profissional atender com esses valores",
acrescentou ela.
OUTRO LADO
A Abramge
(Associação Brasileira de Medicina de Grupo) diz que os planos de saúde que
representa têm participado de grupos de trabalho e câmaras técnicas que
analisam novos modelos de remuneração aos profissionais da saúde.
"As
operadoras e os médicos prestadores de serviços devem negociar a remuneração
caso a caso (...) O movimento dos médicos é aceitável, desde que não prejudique
o atendimento aos beneficiários dos planos de saúde", afirmou a associação
em nota.
Já a FenaSaúde
(Federação Nacional de Saúde Suplementar) afirmou que as operadoras associadas
a ela "estão preparadas para garantir o atendimento aos beneficiários dos
seus planos de saúde" com o possível boicote de médicos, dentistas e
fisioterapeutas.
"As
filiadas têm empenhando grande esforço em recompor os honorários dos
profissionais de saúde. Para tanto, os reajustes dos valores pagos por cada
consulta médica são aplicados com base em índices acima da inflação e, muitas
vezes, superiores ao teto fixado pela ANS", afirmou em nota.
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/04/1268512-medicos-protestam-na-paulista-contra-valores-pagos-pelos-planos.shtml
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