Por Rangel Alves
da Costa*
As novas
ferramentas tecnológicas caracterizam-se, inegavelmente, como instrumentos
essenciais para o desenvolvimento e o progresso da sociedade. Tornando mais
acessível o conhecimento e possibilitando maior agilidade na pesquisa e na
informação, acaba transformando o ser humano um agente interativo com o próprio
mundo.
Do mesmo modo,
são reconhecíveis seus contributos à educação. O antigo processo de
ensino-aprendizado baseado em ferramentas como o quadro negro, o giz, as
pesquisas em livros de difícil acesso ou ultrapassadas, o slide-show e outros
meios de repasse de conhecimentos, deu lugar a mecanismos modernos e ágeis.
A escola e a
educação, bem como professor e aluno, não podem mais se dissociar das
facilidades oferecidas pela rede mundial de computadores. A internet se tornou,
induvidosamente, o incansável professor e agente primordial de estudo, leitura
e pesquisa. O computador em si se transformou numa verdadeira escola,
ocasionando a permanência presencial apenas um acompanhamento daquilo que o
aluno está adquirindo com o uso das tecnologias.
Contudo, as
facilidades e possibilidades das novas tecnologias não chegam de maneira
adequada para todos. Considerando que cada aluno pode encontrar o que bem
entenda, e muito além de uma simples pesquisa escolar, o que se observa é uma
faca de dois gumes. Ou seja, a ferramenta educacional também pode perverter a
educação ou desnortear o interesse do pesquisador, buscando acessar aquilo que
nada tenha a ver com educação e aprendizagem.
Em situações
assim, e que permeiam todos os usos que se faz do computador e da internet,
torna-se sempre necessária a intervenção dos professores e dos pais. Muitas
vezes, na própria escola se faz uso inadequado do computador. E nas
residências, se não houver acompanhamento pelos pais, certamente que pouco
proveito terá o uso do computador como ferramenta de aprendizagem.
Contudo, há
que considerar que o uso das tecnologias também pode ser visto como um processo
de formação, como uma aprendizagem. Daí que o aluno deve ser ensinado e educado
para o seu uso, ainda que o mesmo já chegue à escola tendo mais conhecimento do
computador que o próprio professor.
Por outro
lado, perante as crianças a situação pode ser vista de modo bem diferente. Os
alunos das séries iniciais de ensino já nasceram no mundo da informática, desde
muito cedo entram em contato com o computador, principalmente através de jogos.
E por isso mesmo são capazes de tratar as novas tecnologias de modo bastante
diferenciado que os adultos.
Mesmo que
alguns defendam que os pais não devam permitir que os pequeninos tenham acesso
a jogos violentos e de guerras, impossível deixar de reconhecer o erro de quem
assim se posiciona. Em primeiro lugar, porque o mundo irreal do jogo desperta
na criança um senso de conhecimento sobre a possibilidade da existência daquilo
na realidade. Ora, enquanto ele brinca de guerra na tela do computador, ao
mesmo tempo a televisão está mostrando a dor real da guerra.
E entre o
virtual e o real ele vai tomando conhecimento da realidade e se posicionando.
Por consequência, logo cedo passará a ter um olhar mais crítico sobre a
realidade e também procurar humanizar ainda mais suas ações e atitudes. Porque
sabe que quer brincar de guerra, mas jamais que ela realmente exista como
mostrada na televisão.
Considerando
que as novas tecnologias possuem também um importante papel de atratividade
emocional, quem as utiliza tende a se sensibilizar com maior facilidade. E as
crianças sabem muito captar essa emoção tecnológica ao escolher interagir com
aquilo que faça parte do seu universo infantil. Buscando e encontrando o seu
mundo, logicamente que terá seus sentimentos aflorados.
Tomemos o
exemplo das antigas canções e brincadeiras infantis. Muitas vezes o professor
apenas dá noções de como elas eram e qual a sua importância como processo de
desenvolvimento lúdico. Mas se o mesmo professor pedir para que as crianças
conheçam, através da internet, tais canções e brincadeiras, certamente que
haverá uma descoberta fenomenal. Os pequeninos logo procurarão interagir cada
vez mais com aquele mundo tão bonito e até então desconhecido.
A permanência
dessa busca pela criançada tenderá a torná-la mais criativa, mais questionadora
e, principalmente, mais humana. E humanização que não vem apenas da interação
da criança com um mundo virtual criado, mas também através de outras
informações obtidas, vez que o conhecimento é também forma de sensibilizar e
tornar a pessoa mais coerente e racional.
No microcosmo
da criança tudo isso será possível, pois em cada uma há um universo paralelo
que está sendo seguindo na telinha do computador.
Poeta e
cronista
blograngel-sertão.blogspot.com
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