domingo, 21 de abril de 2013

O CADÁVER DA POESIA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 19 de abril de 2013. - Crônica Nº 1003

O CADÁVER DA POESIA 

Quem acompanha o mundo do repente nordestino, conhece bem as gírias dos cantadores violeiros. Uma das palavras utilizadas é “balaio” que significa versos cantados como improviso, porém, elaborados antecipadamente pelo autor. Cantar balaio ou versos decorados numa cantoria de improviso é falta de respeito ao parceiro e aos ouvintes. É comum se ouvir um repentista violeiro queixar-se: “Não gosto de cantar com Fulano porque ele só canta balaio”. Pois bem, Zé Coxo e Pedro Pavão, dois repentistas sertanejos, encontraram-se numa casa de fazenda para uma porfia (duelo, desafio) noite adentro. Zé Coxo logo percebeu que Pedro Pavão cantava balaio e era muito aplaudido. Ao terminar a primeira “baionada” (parte) para um rápido descanso vocal, Zé Coxo ausentou-se da sala, arranjou um baio de cipó de servir ração a animais, retirou o prato de arrecadar dinheiro, do centro, e em seu lugar pôs o balaio.  Aguardou a volta do parceiro que fora tomar uma pinga. Pedro Pavão, ao retornar, tomou um susto, mas logo entendeu a reclamação exageradamente ilustrada do parceiro. Zé Coxo aguardava a reação. Pedro fechou a cara, ausentou-se novamente e retornou com um galho de palma e facão-de-arrasto “pinicando” o vegetal no balaio deixado pelo companheiro. A plateia nada compreendia sobre o que estava acontecendo.


Pedro PAVÃO entendeu que o parceiro o estava chamando de corno, pois ração de palma é para os bois e, boi tem ponta. Antes de qualquer reação do dono da casa, Zé Coxo levantou-se com uma peixeira na mão e partiu para arrancar as tripas de Pedro Pavão. O povo acudiu, tomou as armas de ambos e deixou o restante para murros, tapas e pontapés. Pedro levou um soco no pau da venta e retribuiu com um coice de burro aplicado na região. Quando os dois estavam bastante cansados, o dono da casa mandou amarrá-los e quebrou as violas nas respectivas cabeças. Ainda sem entender a causa da briga, os leigos em cantoria aprovavam a nova diversão do proprietário fazendeiro: quebrar instrumentos musicais em cabeça de gente. Mais tarde, expulsos do terreno, os cantadores deixaram a vergonha presa na fazenda. Ficou no chão O CADÁVER DA POESIA.
·  Ficção.
Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA


Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


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