domingo, 21 de abril de 2013

AS PORTAS DO DIA

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 17 de abril de 2013. - Crônica Nº 1001

AS PORTAS DO DIA

O bichão estaciona na pracinha e vai minando turistas do seu estômago. Logo a pracinha do mirante é ocupada por gente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Alguns estão em trajes de banho demonstrando que vieram das cálidas praias de Alagoas. São adultos, homens, mulheres, idosos, quase todos com pequenas máquinas fotográficas, catando na paisagem. Falam baixo, o ânimo não é grande, talvez por causa da jornada calorenta. É tardinha, o Sol começa a se despedir, mas ambulantes já se encontram no ponto vendendo camisetas com o nome “Maceió”. Camisetas mal acabadas que saltam aos olhos e servem de isca para dólares e euros. Turista é bicho besta, porém, nem todos desejam comprar gato por lebre. Dessa vez é brasileiro contra brasileiro numa turma escolada do Sul e do Sudeste. Logo chega pequena turma de outros ambulantes trajada do marginal. Oferece bugigangas como frágeis chaveiros que fazem zoadas para enganar menino. Os visitantes não estão muito interessados em conversa de camelô.

O bichão (ônibus) parado não para seu motor. Os turistas vão fotografando o belo mar azul, o porto, o lixo jogado na barreira, a pracinha com pequeno busto sem nome, o pedestal indicativo ─ que perdeu a identidade de metal para vândalos ─, a estatueta do muro, com braços decepados, o casario iluminado pela despedida do Sol. No espaço, apenas urubus volteando pelo céu desenhado com nuvens brancas e cinzas.  Fora urubus, somente o canto insistente de um bem-te-vi no altíssimo edifício próximo à ravina. O pessoal, cansado ou com sono, cumpre os minutos determinados no mirante. O guia aproxima-se do banquinho com pessoas da terra, põe a mão no boné, mostra um sorriso de enfado e aconselha os do banco a não seguirem à profissão de guia. Não há tempo para explicar detalhes. Um fardado que parece ser o motorista faz sinal e os turistas vão retornando ao ônibus, entrando pela porta baixa do meio e se acomodam no alto do bichão que parte resfolegando como trem.

Os ambulantes reúnem-se no meio do logradouro num total “amundiçamento” para a divisão do botim. Esvazia-se a pracinha, a noite chega, lâmpadas candeeiros iluminam a solidão. A natureza fecha AS PORTAS DO DIA.


Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA


Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.


(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia)

 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br


Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:
http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Faça uma visitinha a este site:
http://cantocertodocangaco.blogspot.com


Observação:

Este endereço tem a palavra "Cangaço", mas não tem nada a ver com o tema, foi um erro no momento de sua criação. Ainda não conseguimos fazer outro link de acordo com o material postado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário