Por Rangel Alves
da Costa*
Marina Silva,
a candidata, é mulher de compleição simples, frágil, até mesmo com aspecto de
quem deixou há pouco tempo o seu mundo para enfrentar a fome voraz da cidade
grande e dos centros de poder. Mas é esta mulher tão singela no seu jeito de
ser e agir que está colocando em polvorosa os mais perigosos e peçonhentos
animais da floresta política. E agora quase todos com dentes afiados e garras
latejantes para devorá-la, e custe o que custar.
São mais que
óbvias as razões para tanta perseguição. A mais contundente é que logo será,
inexoravelmente, eleita a próxima presidente do Brasil. Isto se as víboras e os
abutres deixarem. Mas outras motivações servem para mostrar o perigo que esta
humilde nortista representa ao covil dos leões, ao serpentário brasiliense.
Nas eleições
passadas, a candidata Marina Silva surpreendeu pelo número de votos obtidos. E
foi o primeiro alerta para que os poderosos ficassem de olho e prontos para
espalhar pedras e espinhos pelos seus caminhos. E assim fizeram desde então.
Ninguém se engane que o impedimento para validação de seu partido político, a
Rede, foi manobra de poder, e com o único objetivo de não tê-la como adversária
direta neste pleito. Naquela oportunidade já representava um perigo iminente.
Mas caíram do
cavalo, como se diz por aí. O feitiço acabou virando contra o feiticeiro.
Reconhecida por Eduardo Campos, logo foi convidada a se filiar no PSB para ser
sua vice na disputa presidencial. Com o falecimento deste, o acaso da vida
trouxe novamente Marina ao centro das atenções. E assim porque passou a
representar - num misto de homenagem ao falecido e de nova feição tão
necessária aos anseios do povo brasileiro - a missionária trazendo consigo a
tábua da salvação. E um povo entregue à sorte das mesmices aterrorizantes logo
se viu diante da esperança.
Bastou que as
pesquisas mostrassem seu crescimento rápido e consistente para que a singela
mulher passasse a personificar, na concepção dos medrosos adversários, tudo o
que de pior possa existir na política e num governante. Contra ela lançam
acusações levianas, críticas infundadas, num maquiavelismo nojento e sempre
deplorável para a classe política, principalmente quando parte dos próprios
candidatos. Mas não se poderia esperar diferente, pois o medo da derrota
transforma a língua em fuzil.
Certamente que
gostariam de afirmar que Marina está envolvida num dos tantos escândalos do
poder e filiados, que ela praticou improbidade administrativa quando ministra,
que possui conta vultosa no exterior ou que falsifica suas declarações do
imposto de renda. Buscam, catam, escavoucam, tudo fazem para encontrar algum
vestígio de lamaçal na sua carreira política, mas não conseguem. E não
conseguem porque Marina possui algo que a grande maioria dos políticos não
possui: integridade. Ao menos até agora sempre mostrou agir com lisura e
honestidade, ainda que tenha participado de um governo petista, por si só um
mar de lama.
E porque não
conseguem encontrar vestígios que maculem sua imagem, então se danam a dizer
que a presidência não é para iniciantes, que não se pode governar com ilusões e
fantasias, que ela nunca foi eleita sequer para o executivo estadual; enfim,
que é incapaz de governar acaso eleita. Ora, pelo que se sabe a presidenta
atual também nunca havia sido governante até ser jogada por Lula no planalto.
Do mesmo modo, Aécio Neves não entrou no mundo político já governador. E não se
deve esquecer que Marina é líder nata, ambientalista, representante maior dos
povos da floresta, eleita senadora, ministra, formada em História, casada, mãe
de família, lutadora. Ou criticariam também porque é evangélica? Logicamente
que não, pois seria mexer num vespeiro de votos.
Contudo, a
verdade é que tamanha ascensão de Marina não está sendo motivada pelo prematuro
desaparecimento de Eduardo Campos, porque se apresenta como a melhor candidata
nem porque sinaliza com um governo capaz de tirar o país desse falso
crescimento e dessa miséria social que se alastra de norte a sul. A sua
vertiginosa ascensão possui uma única motivação: o povo não suporta mais ser
governado por falastrões. E apenas isto.
O povo não
suporta mais viver no país da mentira, da corrupção, das obras inacabadas, das
negligências na saúde e no descaso com a educação. O povo não suporta mais
viver no país do petismo profanado e do lulismo insidioso. O povo não suporta
mais viver de promessas irrealizáveis, de governantes que se apegam em
realidades inexistentes. O povo não suporta mais sentir a casa caindo e
aparecer um ministro amanteigado para dizer que as paredes são sólidas e
indestrutíveis. Chega!
Mas o povo
também não quer Aécio. E não o quer simplesmente porque o candidato não
representa nada de novo, sendo apenas uma ramificação da velha política de
partido e os seus mesmos personagens. Daí que o povo sente que apenas nomes
mudarão em nome das acomodações políticas. E tudo continuará como dantes.
Apenas um novo partido no poder, e pronto.
Contudo,
Marina corre grande perigo. Sua aceitação popular está abalando as estruturas
palacianas e fazendo o grande dragão soltar fogo pelas ventas. Tudo farão para
destruí-la, a qualquer custo. E cabe ao povo protegê-la, servir como seu escudo
e guarda. E não há arma melhor que não se curvar diante das mentiras que
d’agora em diante serão tão costumeiras e confirmar ainda mais sua escolha:
Marina presidente!
Poeta e
cronista
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